Passei em frente à Panificadora Santa Cruz e ao Mercado da Boa Vista numa sexta-feira à noite, a trabalho, e pensei sobre o quanto eu gostava do centro do Recife, em especial desses dois lugares. Fui umas poucas vezes, mas sinto como se tivesse crescido alí. As ruas, as casas antigas, o comércio dessa altura específica da Rua Gervásio Pires são tão familiares para mim que dá vontade de sair cumprimentando as pessoas nas calçadas. “Bom dia seu Zé, como vai a filha dona Joaquina?”. Acho estranho porque não é um espaço de referência da minha infância, no entanto é como se eu conhecesse aquilo desde sempre. Sou louca? A vontade de escrever sobre isso bateu na hora. Guardei para mim e fiquei esperando a vida me dar uma oportunidade. E, vejam só, ela apareceu na manhã seguinte. 🙂Onde está Wally?
Às 5h do sábado estava com sono e de pé, no Palácio do Campo das Princesas, para esse momento tão brega e importante que é tirar a foto para a placa da formatura. Uó, né? Por isso me surpreendi de ter ficado tão feliz de estar fazendo parte daquilo. Quando cheguei e vi meus amigos alí, fantasiados de acadêmicos, quase chorei. Não sou dada a formalidades, mas dessa eu fiz questão de participar. Gosto de ritos de passagem e estar nessa foto com quem ficou do meu lado durante quatro anos foi uma satisfação. Tava cheia de nostalgia e radiante de felicidade. Fiquei ainda mais alegre quando, no fim de tudo, alguém sugeriu: “Vamo tomar café !”. Tava todo mundo com o bucho seco e lá fomos nós matar a fome na Panificadora Santa Cruz. Fazia tempo que não entrava lá, então fiquei feito criança quanto encontrei a padaria toda reformada. Tá luxo, viu? Eu e a txurminha nos jogamos nas delícias preparadas naquela cozinha tão cheia de história e tradição. Adoro coisa velha!
Antiga, mas com tudo em cima.
Geral matando a ressaca do dia anterior fome.
Pão quentinho, saindo do forno. Delícia.
Misto clássico para começar a manhã.
Os mais ousados ficaram com o pão beirute. Só ouvi elogios.
A sobremesa. 🙂
Meu pedido de quem tem lombriga(o nome da minha é Berenice). Não podia comer uma coisa só, né? Achei barato.
Estou vivendo um momento interessante. Muita mudança e aprendizado, coisas boas e ruins me mostrando como a vida é. Passar de fase nunca é fácil, né? Dá um medo saber que estou me formando e não ter certeza do que vem pela frente. Sei que não sinto isso sozinha e a prova é que os cachaceiros da minha sala foram tentar esquecer esse sentimento no Mercado da Boa Vista, ao lado da Panificadora. Só tinha um box vendendo cerveja, até porque não é às 7h que os clientes costumam chegar por lá. Não sou muito fã da loira, prefiro umas cervas diferentes, aí fiquei só conversando sobre coisas boas até um sono violento me derrubar. Sabe aqueles dias especias, uns que você lembra com detalhes depois de anos e anos? Pronto. Esse foi um deles para mim. E conseguir que ele fosse encenado nesses lugares tão legais: definitivamente, sem preço. Se não estavam, coloquei a Panificadora e o Mercado na minha história.
Aline
O melhor da comida não é só o prato e a vontade de comer, são as histórias que a gente agrega junto com o prazer gastronômico e as pessoas que compartilham isso com a gente (verdade verdadeira, Mi). Isso me lembrou o dia em que fui no Mercadão, em Sampa, e tive a sensação de “casa”. :*
Milenna Gomes
Que comentário LINDO!
Romero Miranda
Eita, quando eu vivia no mercado da boa vista eu comia direto nessa padaria. Sempre que eu vou ai eu me lembro da padaria na casa da minha avó, no interior. 🙂
Nathália
Já tirei ressaca do mercado comendo aí! haha bom demais!
Milenna Gomes
Tô liagada que Nathlia e Romero tão juntos nas bagaceiras de Mercado. hahaha
Polli
Eu ainda tenho lembrança dessa rua, mas não são as melhores ahueiehiue
Cara, eu vejo você aí, prestes a terminar o curso e passando por essa mudança toda que isso causa e me emociono, sério!
Ps¹.: Da próxima vez que for ao mercado, ME CHAME.
Ps².: O que é aquele misto heim? Deu foooooome :3
Milenna Gomes
Polli, eu tenho história de Mercado ctg. Lembra daquele Carnaval em que fomos de Porto direto para “Nem Sempre Lily Toca Flauta”? AHAHAHAH
Paty dos Anjos
Que fofo, Mi! E os pãezinhos tavam com uma cara ótima. 🙂
Kamila Nunes
Mayra! Muito legal o texto! Com certeza, esse dia foi emocionante/inesquecível! 😉
Amei o detalhe da foto: o nó do meu cabelo haha! caloooor 😛
Beijos, parabééns! ;**
Lu Valente
Não sei porque algumas pessoas tem mania de tratar esse momento tão importante como algo ‘uó’. Poxa, faz parte! Vestir a beca é a prova de ‘dever cumprido’. É, sim, uma formalidade. Não para a satisfação dos outros, mas para a sua. Passar, sem isso, acho que fica como se estivesse faltando algo.
Quanto à padaria….. acredita que passei minha infancia toda indo por ali? Todos os dias eu ia com minha empregada comprar pao nela. Morava bem pertinho! Tá bem bonita mesmo.
E sim, eu dou o maior valor à nostalgia. Acredito que isso é a certeza de termos vividos boas coisas. Assim, paramos um tempo para nos dedicarmos a lembrar delas! 🙂
beijos, benhe.
Inté amanhã…. para um momento ”brega” 🙂
Aline Daniela
Será que todo mundo depois que tira as fotos pra placa de formatura, vai pro Mercado da Boa Vista???
Tão lindo a forma como vc escreve… É a primeira vez que comento algo, mas já leio seu blog há algum tempo… Sou de Pernambuco, mas estou morando em Belém/PA e mato um pouco a saudade vendo seus posts… Obrigada!